terça-feira, 10 de setembro de 2013

Fumo na gravidez – efeitos a longo prazo nos filhos

São bem conhecidos os efeitos nocivos produzidos pelo fumo durante a gravidez. A exposição à nicotina no período pré-natal altera o desenvolvimento cerebral, induz parto prematuro, produz bebês de baixo peso e, muitas vezes, pode levar à perda do feto. Os bebês que foram expostos à nicotina na vida intrauterina apresentam, também, uma maior probabilidade de serem viciados em cigarro quando ficam adultos.
Para tentar esclarecer os mecanismos pelos quais a exposição do feto à nicotina produz alterações de longo prazo, um grupo de pesquisadores de Nova York desenvolveu um estudo em que foram administradas pequenas doses de nicotina a ratas prenhas, o correspondente a uma mulher grávida fumar um cigarro por dia. Os resultados foram publicados na edição de 21 de agosto da revista científica The Journal of Neuroscience.
Os cérebros dos filhotes foram analisados e constatou-se um aumento do número de células nervosas em determinadas regiões do cérebro. Estas células são responsáveis pela produção de substâncias conhecidas como orexigenas (aumentam o apetite). Estes filhotes, quando adolescentes, apresentam uma alteração de comportamento caracterizada por um aumento de consumo de substâncias que produzem a sensação de recompensa.
A avaliação foi feita pela oferta aos adolescentes de soluções de nicotina, de álcool e de alimentos ricos em gordura, além da água pura e da ração normal. Os ratos que foram expostos à nicotina na gravidez da mãe apresentaram um consumo aumentado dos três componentes (nicotina, álcool e gordura), quando comparados aos animais em que a mãe não recebeu nicotina. Curioso que não houve aumento de consumo de água ou ração padrão, indicando que o efeito é especifico sobre substâncias que produzem sensação de recompensa e levam à adição.
Os resultados deste estudo demonstram que a exposição pré-natal a baixas doses de nicotina produz efeitos tardios na prole que levam a comportamentos que podem levar a adição a drogas e obesidade.
Para as futuras mães esta é mais uma forte evidência para não fumar (ou se expor à nicotina com substitutos do cigarro), pois, além de por em risco a sua gravidez, de comprometer o bebê, poderá estar definindo, talvez de forma irreversível, o futuro adulto de seu filho.


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